terça-feira, 1 de julho de 2014

Acampamento de Verão 2014

Quando o despertador tocou ás 7h30 chovia que Deus a dava! "Raios e coriscos!", resmungou o herói. "Aqueles murcões vão assustar-se e com um bocado de jeito não aparece ninguém. Também não percebo: temos os impostos, Portugal foi eliminado do Mundial, e nunca mais temos tempo de Verão. Não será castigo a mais?". Tomou banho, vestiu-se e arrancou para a sede. Ao chegar, constatou com satisfação que o Jominho, outro dos heróis, já lá estava, enquanto que o Armando, também ele um herói, tinha os sacos à porta (da sede, não de casa), tendo aparecido pouco depois. O Virgílio, a Berta e a Cátia, respetivamente herói e heroínas, chegaram logo de seguida. Estava assim completa a equipa do primeiro turno, que depois de arrumar nos carros o resto do material, seguiu com destino a S. Gens, Fafe, onde os esperava um terreno particular, com todas as condições, para passar o fim de semana, e que foi gentilmente cedido pelo Sr. Costa, por influência do Jorge Costa associado do Núcleo local da FNA.


Lá chegados, como entretanto a chuva parou, os heróis resolveram fazer uma caminhada pelas redondezas, que incluiu corta-mato, pernas encharcadas e até um pequeno tombo, que o herói principal não conseguiu evitar. A Berta passou o tempo todo a resmungar: "são caminhadas à Jominho". A Cátia é que estava toda contente, já que esta foi a sua estreia como quase-associada da FNA.





Regressados ao campo, recebemos o Matos e o Ângelo, que são um bocado menos heróis mas o suficiente para trazerem a feijoada para todos, que por sinal estava muito boa.


Da parte de tarde, fomos todos visitar o Núcleo Museológico de Montelongo, já em Celorico de Basto. O interesse reside no bom número de moinhos recuperados e sobretudo no núcleo principal, com uma serração e  moínho movidos a água, através de azenhas e noras (não, as sogras não estavam). O Matos aproveitou para explanar a sua erudição no campo da serração de madeiras, explicando os nomes técnicos de cada objeto. Para sorte dele, como nenhum de nós percebe do assunto, acreditamos em tudo o que ele nos disse, mesmo que no fundo, no fundo, desconfiássemos que o mais certo era ser tudo um tremendo embuste.







Enquanto que parte do grupo regressou ao campo, o Jominho, Armando e Virgilio, armados em heróis, resolveram regressar a pé, pelo rio abaixo, acima, de lado e de través, com escorregadelas, tombos, passagens por túneis e até o atravessamento da auto-estrada, com total risco de vida! Que Deus lhes perdoe que nós não conseguimos!

A Ana, outra heroína, chegou, trazendo consigo um verdadeiro contingente: filha (lobita em S. Dâmaso), marido, duas enteadas (um delas escuteira em Vila Real), o irmão (Dirigente do CNE nos Açores) e o sobrinho (também escuteiro)! Fosga-se!!!



O Fernando, também ele um herói, mesmo que um bocadinho menos, chegou entretanto, com uma história muito triste, que nos sensibilizou profundamente: ao parar na rotunda para nos telefonar a pedir instruções para o resto do caminho, a polícia descobriu que ele andava fora da lei e multou-o cobardemente em centenas de euros, por falta de inspeção ao veículo. Todos lamentaram o sucedido, demonstrando-lhe a sua solidariedade, enquanto em surdina se ia ouvindo: "tivesse vindo de bicicleta!"

Foram-se montando as tendas e pondo lanches na mesa, enquanto todos andavam de um lado para o outro a fingir que estavam muito ocupados, embora na verdade ninguém estivesse a fazer a ponta de um chifre! Assim, devido à ausência do Presidente do Núcleo, teve que ser o herói a dar mais uma vez um murro na mesa, que foi bastante doloroso, por a mesa ser de granito sem qualquer polimento. "Atão nunca mais se janta?!", berrou. "Ó Matos, não eras tu que ias grelhar a vitela?" Ó Angelo, as batatas ainda não estão ao lume? Berta, cadê a salada?" Perante tamanha demonstração de autoridade, todos tremeram de medo e continuaram na conversa, sendo necessário o herói ameaçar suicidar-se para que finalmente o pessoal começasse a trabalhar. Assim, o jantar só ficou pronto pelas 21h30, mas valeu a pena, carago! Estava tudo uma delícia! O Fernando foi o que mais apreciou o jantar. Por cada bocado de vitela que mastigava, dizia "custou-me um balúrdio mas está uma delícia!".


O Fogo de Conselho começou com a atuação do Matos no acordeão e do herói no saxofone. Depois de muitas fífias e de cada um estar a tocar pró seu lado, passou-se à apresentação de power-points, que o herói preparou para lembrar os últimos 4 anos de vida do Núcleo de S. Dâmaso e  foram muito apreciados, principalmente o relativo ás Palhaçadas. Já sob a influência dos vapores etílicos, o Armando não conseguia dizer nada de jeito, enquanto o Fernando brindava constantemente à longa vida da mulher-polícia que o multou.

O Chefinho chegou entretanto, completando o lote dos heróis mias pequenos, e trouxe com ele 3 amigos, quase piores que ele, mas que teve o extraordinário rasgo de lucidez de expulsar com alguma rapidez. Assim, voltamos ao acordeão e saxofone com o Chefinho como vocalista. Talvez por culpa dos óculos, ou então do Da vide, não houve uma única canção que o Chefinho conseguisse cantar do princípio ao fim pelo que, por volta da 1h da manhã, o herói desligou a luz e obrigou todos a ir para a cama. "Ide ser chatos ao caraças!"

De manhã, talvez por influência do gás metano resultante da feijoada do almoço, a tenda do Armando parecia que ia levantar voo. Jurou-se que estava mesmo no ar! Depois do pequeno-almoço, fomos para S. Dâmaso, para nos juntarmos ás comemorações do 45º aniversário do nosso Agrupamento do CNE. A Reunião de Piedade foi muito agradável, com direito a um grande elogio por parte do Padre Domingos ao Agrupamento 331 e à FNA. Depois fomos até à Sede onde foram homenageados os Chefes de Agrupamento, que felizmente ainda estão todos vivos: o Chefe Celso, que já pertenceu à FNA, o Chefe Maia, o Jorge Josefino, que é dos nossos, e o Chefe Peixoto. A FNA ofereceu publicamente ao Agrupamento uma imagem de S. Nuno, que marcou assim a nossa participação nesta festa. No final cantou-se os parabéns e comeu-se bolo.



De regresso a Fafe, restou-nos acabar de cozinhar e comer a jardineira de vitela, que também estava muito boa, e depois da sobremesa e café, começar a arrumar, para o regresso a casa. Foi bonito!


Até à próxima.