terça-feira, 13 de junho de 2006

Moínhos do Ave

Sábado de Maio. Um sol bonito e muita vontade de caminhar! O destino era o ria Ave, num dos troços perto da nascente, nas bordas da serra da Cabreira, entre Fafe e Póvoa de Lanhoso, pertinho da aldeia de Agra. Durante 4 ou 5 kms a todo o comprimento do rio Ave, encontram-se dezenas de moínhos, testemunhos de um tempo em que a farinha era moída nas construções pousadas nos cursos de água, antes dos motores e da industrialização. Consegue-se imaginar aqueles caminhos cheios de vida e movimento, de moleiros activos e jumentos fortes, carregados da farinha indispensável para o fabrico do pão, ele também indispensável na dieta do povo. Hoje, uns poucos aínda conservados mas a maioria em ruínas, servem apenas de testemunhos de um passado que já não volta.


Depois desta foto, o fotógrafo, esquecendo-se que já não tem 20 anos, saltou para um penedo com lodo, escorregou e "caíu de queixo" (salvo seja!). No final do dia o corte profundo deu direito a 4 pontos e uma cicatriz que desfigurará para sempre este pobre antigo escuteiro e ficará como marca permanente de mais um dia memorável! Escusado será dizer que esta foi uma das saídas ao campo com menos fotos. Não é fácil caminhar, segurar um queixo aberto e a sangrar, rir das piadas dos companheiros e aínda fotografar! Para tudo há limites!!!!

Numa caminhada das duras, é difícil superar a sensação de molhar os pés e o corpo nas águas frescas de um rio! O descanso á sombra para comer o farnel, é sempre um dos momentos mais felizes desta actividades!

Apesar da beleza de grande parte do percurso, os incêndios dos últimos anos fizeram caír a vegetação e taparam muitas partes dos trilhos dificultando muito a caminhada e criando riscos acrescidos. Tanto assim que mais 3 de nós tiveram quedas e cortes por causa do mato e que apesar de não terem obrigado a tratamento, não deixaram de sujar de sangue as t-shirts e as carnes das vítimas! De tal maneira que, no final do dia, parando num café antes de voltar a casa, rotos e ensanguentados, tivessemos criado um certo mal-estar nas gentes que lá estavam, perante um grupo que parecia ter saído de alguma batalha no mato!!! Mais um dia em cheio!

Até á próxima!

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