segunda-feira, 19 de junho de 2006

Acampamento Anual


Nos dias 10 e 11 de Junho realizamos o nosso Acampamento Anual. É uma das nossas actividades mais fortes. Alguns do elementos do nosso Núcleo, que por razões várias, quase nunca participam em nenhuma actividade, ao acampamento nunca falham! Mais que uma vez tivemos elementos do Agrupamento 331 conosco, bem como nossos familiares. Este ano, por coincidências várias, fomos só nós, e pela primeira vez na nossa história, não participou nenhum elemento feminino. Esperemos que tenha sido a primeira e a última vez. É que sem mulheres conosco, nós portamo-nos pior!

Casa da Veiga, perto de Moínhos de Rei, na Serra da Cabreira, foi o nosso destino. A Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto deu a devida autorização. Tivemos sempre o acompanhamento e apoio dos elementos do grupo florestal da Câmara, que foram de uma simpatia sem limites. Esta autarquia tem recuperado todas as antigas casas da guarda florestal, bem como outras instalações de floresta e agora, em excelentes condições, aluga-as, para turismo de floresta. O preço é que não é muito amigável! Mas a zona é tão bela que isso passa a ser um pormenor secundário. Quanto a nós, escuteiros dos sete costados, não precisamos de casa para nada, já que as tendas e o ar livre são o nosso meio natural. Poupamos dinheiro e divertimo-nos mais.


Depois do campo montado e de comermos o farnel, há sempre tempo para uns jogos tradicionais. O chincalhão (malha), é um dos favoritos, com direito a muitas discussões, ataques pessoais e juras de vingança! Nada que uns copos de verde fresquinho não façam desaparecer em poucos minutos! Em tempo de Mundial de futebol, houve também espaço para uma partidinha de 3 contra 3. Depois de várias quedas no mato, caneladas e jogadas de génio, os melhores ganharam por 6-0.

Não podíamos deixar de fazer uma caminhada pela serra. Para nós é quase instintivo e obrigatório. Alivia a mente, exercita o corpo, e abre o apetite para o jantar: um churrasco de carne que nos fazia crescer água na boca por antecipação!

No fim de uma caminhada, se há água, há banho! Este tanque, que nos serviu de piscina, casa de banho e lavatório da louça, foi de uma utilidade fundamental. Bendito!

Não, não foram copos a mais! É apenas o Armando a tentar mais uma foto artística! Sim, que ele é um grande fotógrafo! Tem milhares de fotos e filmes das nossas actividades! Nunca vimos nenhuma mas há vários anos ele promete que um dia nos vai mostrar tudo! Talvez no Lar da Terceira Idade, quando lá estivermos todos e já não houver pernas para Saídas ao Campo!



Depois de um lauto jantar e um fogo de conselho animadíssimo, no Domingo de manhã não havia própriamente "pernas" para grandes esforços. Assim, optamos por um passeio TT, para outra zona da serra. Natureza pura e bela foi mais uma vez a recompensa.
Um bacalhau na brasa, como almoço de Domingo, regado por verde fresquinho ou tinto maduro, sobremesa, o bolo do João que faz anos em todos os Acampamentos (incluíndo a actividade de inverno) café e digestivo, originaram cenas deste tipo. Tristes ou de sonho, cada um que decida!



E pronto. Mais um que acabou. Já lá vão 8. Regressamos a Guimarães a tempo da Missa para os que quiseram e aínda de assistir ao primeiro jogo de Portugal no Alemanha 2006. Fica uma última foto de grupo, embora não tenham ficado todos no "boneco". Até á próxima!

terça-feira, 13 de junho de 2006

Moínhos do Ave

Sábado de Maio. Um sol bonito e muita vontade de caminhar! O destino era o ria Ave, num dos troços perto da nascente, nas bordas da serra da Cabreira, entre Fafe e Póvoa de Lanhoso, pertinho da aldeia de Agra. Durante 4 ou 5 kms a todo o comprimento do rio Ave, encontram-se dezenas de moínhos, testemunhos de um tempo em que a farinha era moída nas construções pousadas nos cursos de água, antes dos motores e da industrialização. Consegue-se imaginar aqueles caminhos cheios de vida e movimento, de moleiros activos e jumentos fortes, carregados da farinha indispensável para o fabrico do pão, ele também indispensável na dieta do povo. Hoje, uns poucos aínda conservados mas a maioria em ruínas, servem apenas de testemunhos de um passado que já não volta.


Depois desta foto, o fotógrafo, esquecendo-se que já não tem 20 anos, saltou para um penedo com lodo, escorregou e "caíu de queixo" (salvo seja!). No final do dia o corte profundo deu direito a 4 pontos e uma cicatriz que desfigurará para sempre este pobre antigo escuteiro e ficará como marca permanente de mais um dia memorável! Escusado será dizer que esta foi uma das saídas ao campo com menos fotos. Não é fácil caminhar, segurar um queixo aberto e a sangrar, rir das piadas dos companheiros e aínda fotografar! Para tudo há limites!!!!

Numa caminhada das duras, é difícil superar a sensação de molhar os pés e o corpo nas águas frescas de um rio! O descanso á sombra para comer o farnel, é sempre um dos momentos mais felizes desta actividades!

Apesar da beleza de grande parte do percurso, os incêndios dos últimos anos fizeram caír a vegetação e taparam muitas partes dos trilhos dificultando muito a caminhada e criando riscos acrescidos. Tanto assim que mais 3 de nós tiveram quedas e cortes por causa do mato e que apesar de não terem obrigado a tratamento, não deixaram de sujar de sangue as t-shirts e as carnes das vítimas! De tal maneira que, no final do dia, parando num café antes de voltar a casa, rotos e ensanguentados, tivessemos criado um certo mal-estar nas gentes que lá estavam, perante um grupo que parecia ter saído de alguma batalha no mato!!! Mais um dia em cheio!

Até á próxima!

segunda-feira, 12 de junho de 2006

Pitões das Junias

" No Alto Barroso e no rebordo noroeste do planalto da Mourela, lá onde este acaba e começa o imenso, perturbante e agressivo Gerês, a meio de uma encosta sul, que a erosão abriu, e subindo até ao topo, a mais de 1.000 metros de altitude, é que está implantada a povoação de Pitões. É sede de freguesia do concelho de Montalegre, vila que lhe fica a 21 kms, por estrada".

É assim que começa a Monografia Etnogáfica "Pitões das Júnias" do professor Manuel Viegas Guerreiro. Nós quisemos conhecer mais na prática esta aldeia, com grande cariz comunitário e que vive aínda muito da agricultura, gado caprino e bovino e também já do muito turismo rural e de natureza, para o qual já está razoavelmente apetrechada. A beleza agressiva da natureza circundante, que transmite respeito e imponência, bem como a força de um Portugal que já temos dificuldade em reconhecer, ficarão gravados por muito tempo na nossa memória.

Ao meio dia chuvia. Em vez de iniciar logo a nossa caminhada preferimos comer o farnel, abrigados na entrada de uma das muitas casas que a emigração ajudou a construir e que estará fechada certamente a maior parte do ano.

Depois de visitar a aldeia, iniciamos o caminho lajeado de muitos e muitos anos que nos levou até ao Mosteiro de Santa Maria das Junias, ao lado de um riacho, em que só a Igreja e o cemitério se mantêm conservados. A beleza do espaço e a paz do ambiente envolvente produzem até alguma emoção. Conseguimos imaginar a vida que existiu neste local e isso não nos deixa indiferentes.





A nossa presença quase que agride o local. No entanto, somos
pessoas e cada um de nós gostará de se ver neste blog de vez
em quando. Desta vez seremos
estes.


Deixamos para trás o Mosteiro e começamos a subida da serra em direcção á cascata, que nos tinham dito ser visita obrigatória.
Não nos enganaram. Quer todo o caminho pela montanha, quer a cascata propriamente dita, valeram só por si esta viagem. Se a isso lhe juntarmos tudo o que foi descrito atrás, não estarei a exagerar se disser que esta foi uma das Saídas ao Campo mais ricas de sempre.









Até á próxima Saída!

sexta-feira, 9 de junho de 2006

Tourém


Tourém, aldeia numa fronteira com Espanha, remota e quase secreta, nas bordas do Gerês. Sábado de Março, invernoso e cinzento. Mais uma vez o tempo teve compaixão de nós. Quando andavamos de carro, chovia copiosamente. Cada vez que paravamos, a chuva também o fazia. Obrigado S.Pedro!

Esta já foi uma aldeia rica, fruto do comércio de gado, mas mais aínda do lucrativo contrabando. Assim o atestam muitas das suas casas, quase imponentes e com várias de fachada senhorial.

Esta já foi também uma aldeia comunitária. Como várias que existem nas serranias portuguesas. O Forno comunitário aínda existe. Bem conservado, agora serve apenas para mostrar aos turistas como se vivia antigamente. A vida comunitária já não funciona da mesma maneira...

O mais curioso nesta fronteira é que ao passar a ponte para o outro lado do rio, aínda não se está em Espanha. Existe uma língua de território, da outra margem, com uma estrada e só 1 km depois se chega a um cruzamento onde, acaba Portugal e começa Espanha. Raro.


E pronto. Era meio-dia e Tourém e seus montes estavam visitados. Nós é que não estavamos satisfeitos. Pitões das Junias ficava perto. Era para lá que íamos.

Até á próxima.

quinta-feira, 8 de junho de 2006

Trilho dos Moinhos

Um sábado de Fevereiro. Aldeia de Parada, vizinha do Lindoso. Toda a semana choveu copiosamente mas 8 dos nossos resolveram arriscar e não temer a metereologia. Seguimos o Trilho dos Moínhos, devidamente assinalado e assim chamado por percorrer grande parte de um dos afluentes do Lima, onde em tempos já remotos se construiram vários moínhos de farinha, todos agora em ruínas.

Pelo caminho descobrimos como 2 cavalos semi-selvagens podem pôr um grupo de escuteiros maduros a correr de medo, principalmente os que tinham capa de chuva amarela!! Um coice no momento desta foto fez passar os cascos do cavalo mais próximo a milímetros do peito do fotógrafo. Um pouco menos de sorte e um antigo escuteiro podería ter-se tornado em mais um escuteiro falecido!!

As belezas naturais, mesmo no Inverno, são o "lucro" deste nosso "investimento".
Enquanto uns, ajuizados, comiam o farnel ao lado do riacho, outros, "iluminados" pela inspiração da originalidade, sacavam de fogão da mochila, e em pleno Inverno a ameaçar bátega, preparavam um arrozinho de frango "fresquinho" e "malandro"! Ele há cada uma!!!!!



Felizes pela clemência de S.Pedro que fez o milagre de não chover durante toda a caminhada, pagamos finalmente o preço do nosso atrevimento. Já de regresso aos carros, a última meia hora foi de descarga total e absoluta das nuvens em forma de chuva. Não houve um milimetro do corpo de cada um que não ficasse encharcado! A tal ponto que algum menos prevenido com roupa suplente, tivesse que regressar a Guimarães em cuecas!!!
E a tempo de vermos o nosso Vitória ganhar ao Benfica, num dos poucos momentos de alegria que os vimaranenses tiveram esta época!



Até á próxima.


Saída ao Campo


Uma das actividades favoritas do nosso Núcleo são as saídas ao campo. Tentamos fazer uma por mês, embora nem sempre seja possível. Sábado de manhã cedo encontro na sede, mochila individual com farnel e lá vamos nós em direcção a uma qualquer montanha do nosso Norte, de preferência com alguma aldeia típica pelo meio. Paramos os carros no destino, pegamos nas mochilas e arrancamos para caminhadas cheias de obstáculos, esforço, boa disposição e saúde mental e físicas.

Em Fevereiro, Março, Abril e Maio saímos respectivamente até á aldeia de Parada, no Lindoso, Tourém e Pitões da Júnias no Gerês, Moinhos do Ave nas bordas da Cabreira, perto da aldeia de Agra e Moínhos de Rei, outra zona da Cabreira.

Nos próximos posts vamos publicar um resumo de cada uma delas.

Saudações escutistas.