Mais um mês, mais uma saída ao campo. Estacionamos no Lindoso, uma aldeia muito bonita, com um castelo digno de se visitar e o maior numero de espigueiros de Portugal, bem conservados, organizados e de impressionante beleza.
Mas como o nosso objetivo é caminhar, ala que se faz tarde, subindo sem parar durante quase 10 kms, com a intenção de pisar a neve no recinto das antenas no alto da Serra Amarela.
Como de costume nos últimos tempos, e agora com a autoridade acrescida pelo cargo de Presidente, o Jominho recusa os trilhos oficiais e cá estamos nós no meio da serra, com mato e penedos a toda a volta e sem visão panorâmica, de tal forma que deixamos de perceber onde estavam as antenas, a neve ou até para que lado moravam as nossas mãezinhas! O Ginho, em grande forma depois da pneumonia, estava pronto para tudo. O Virgílio e o Maia, são todo-terreno sem queixas nem dúvidas. O Armando também costuma ser mas desta vez quase chorava porque se convenceu a dada altura que nunca chegaríamos ás antenas e como tal não pisaria a neve, para ele o único e sagrado objetivo deste dia de sacrifício.
Mas o pior estava para vir. O Coelho, um sexagenário aparentemente bem conservado, deu de si. Tendo ficado para trás, no meio da vegetação que nos cobria, sem horizonte nem perspetiva de futuro, desistiu, sentou-se e preparou-se para o fim. Felizmente, o espírito de serviço do Maia, que nunca permitirá que qualquer homem fique para trás, tomou conta do assunto, oferecendo-se para voltar para baixo com o esgotado elemento. Para piorar a situação (não, não tem nada a ver com a canção do Gabriel o Pensador), a mochila do Coelho ficou connosco tendo ambos sido forçados a partilhar o frugal farnel do Maia, que por acaso até dava para 3 ou 4 pessoas.
Há que dizer que, depois de termos almoçado num local extraordinário, e de ter chegado bem rebentados ás antenas e enterrado as pernas na neve, debaixo da alegria pueril e histérica do Armando, o que nos valeu foi que o Coelho e o Maia vieram ter connosco de carro pelo estradão oficial, tendo-nos salvado de fazer 12 kms a pé sempre a descer, mas com a perspetiva de um grande esforço extra e um timing fora do habitual pois que mesmo com essa boleia e após visitarmos o castelo e os espigueiros do Lindoso ao pôr do sol, chegamos a casa bem mais tarde do que o habitual. Mas valeu a pena!
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